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Mulheres investidoras: quem são elas no mundo dos investimentos?

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Durante muitos anos, o mercado financeiro foi considerado majoritariamente masculino. Porém, esse cenário tem mudado graças à entrada de mais mulheres investidoras no setor. Mas você sabe como tem sido essa evolução?

Para entender o movimento, é fundamental compreender tanto o nível de participação feminina no mercado quanto as diferenças para a atuação masculina. Assim, fica mais fácil compreender o que esperar do futuro e como o cenário poderá impactar o mercado.

Quer descobrir quem são as mulheres investidoras e como elas se comportam no mercado? Continue a leitura e saiba mais!

Qual é o cenário da participação das mulheres no mercado de investimentos?

A participação feminina no mercado de investimento tem crescido em números nos últimos anos, embora a proporção tenha se mantido relativamente estável. Para conhecer os números, é interessante usar o relatório de perfil de pessoas físicas do segundo trimestre de 2022, publicado pela bolsa de valores brasileira, a B3.

De acordo com o levantamento, no segundo trimestre de 2022, o total de mulheres investidoras em equities somava 25%. Esse é um número ligeiramente maior que o resultado de 2021, quando a proporção era de 24%.

No entanto, é possível observar um aumento considerável no número total de investidoras. Em 2019, por exemplo, havia, em média, 300 mil mulheres que investiam na bolsa. No segundo trimestre de 2022, esse número passou para 1,1 milhão. Logo, o avanço foi de 366% no período.

O cenário é corroborado pelo “Raio X do Investidor Brasileiro 2022” — relatório produzido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).

De acordo com o levantamento, 72% da população feminina brasileira não investe. Entre os homens, esse número é menor, pois soma 66%. Além disso, 64% das mulheres não guardam dinheiro de modo nenhum.

Para elas, a principal razão para não investir é a falta de dinheiro ou o fato de não sobrar recursos para o investimento. Essa justificada foi escolhida por 71% das mulheres entrevistadas, contra 62% dos homens.

Quais as diferenças na forma de investir entre homens e mulheres?

Além de haver uma diferença no nível de participação feminina e masculina na bolsa de valores, há distinções na forma de homens e mulheres investirem.

De acordo com o estudo da B3, as mulheres fazem investimentos iniciais maiores. No segundo trimestre de 2022, o valor médio de entrada das mulheres foi de R$ 463, contra R$ 71 dos homens.

Além disso, cerca de 12% das mulheres investidoras fazem o primeiro aporte entre R$ 10 mil e R$ 50 mil. Entre os homens, a proporção é de apenas 5%. Por outro lado, apenas 21% das investidoras começam com até R$ 40, contra 42% dos investidores.

Também há uma variação quanto à preferência pelos investimentos. Segundo o relatório da ANBIMA, as mulheres tendem a ser mais conservadoras. No geral, 83% delas investem na poupança, contra 68% dos homens.

Sobre os fundos de investimentos, 6% das mulheres citam esses veículos, sendo que o número é de 12% entre os homens. Além disso, cerca de 11% dos investidores focam em ações ou em criptomoedas. Entre as mulheres, os números são de 3% e 4%, respectivamente.

Ainda, há uma mudança nas prioridades e nos objetivos. O principal interesse de homens e mulheres é conseguir a casa própria.

Porém, elas têm como objetivos secundários viajar pelo mundo (9%) e viabilizar a educação de filhos e netos (8%). Já entre os homens, os outros interesses são investir na aposentadoria (9%) e empreender (9%).

O que esperar para o futuro?

Como você viu até aqui, cerca de 3/4 das mulheres brasileiras ainda não integram o mercado financeiro brasileiro. Logo, existe um grande potencial para o aumento da participação feminina nesse ambiente.

Um movimento nesse sentido pode trazer benefícios não apenas para o mercado, mas para a sociedade de forma geral. Com mais mulheres participantes, o volume de negociações tende a aumentar, já que elas costumam fazer investimentos iniciais maiores. Isso pode melhorar a liquidez do mercado financeiro.

A presença crescente de investidoras também tem o potencial de estimular a participação de outras mulheres no mercado financeiro. Logo, esse cenário pode gerar uma reação em cadeia positiva para aumentar a presença feminina nos investimentos.

Ainda, o crescimento no número de mulheres investidoras pode ajudar o público feminino a desenvolver o próprio patrimônio e até a conseguir a independência financeira. Assim, toda a sociedade se beneficia, já que as mulheres terão maior poder de consumo, por exemplo.

Também é possível esperar um crescimento da presença feminina nas profissões ligadas ao mercado financeiro. Com mais mulheres se interessando por assuntos relacionados a investimentos, maiores são as chances de elas se desenvolverem profissionalmente nessa área.

Logo, pode se tornar cada vez mais comum encontrar assessoras de investimento, gestoras do mercado financeiro e outras profissionais certificadas e qualificadas nesse segmento.

Quais mulheres investidoras se destacam no mercado?

Agora que você entende o cenário de mulheres investidoras no mercado brasileiro, é interessante conhecer alguns nomes importantes na área. Esse conhecimento permite explorar a trajetória de diversas personalidades femininas nos investimentos.

Um dos destaques do setor foi Eufrásia Teixeira Leite. Ela foi a primeira investidora da bolsa brasileira e uma das primeiras mulheres a investir na bolsa de Paris. Com uma estratégia de sucesso, ela construiu uma grande fortuna.

Outro nome bastante conhecido no mercado financeiro é o de Camila Farani. Ela é uma das sócias da G2 Capital Partners, que foca em investir em empresas de capital fechado (private equity). Outra investidora com atuação semelhante é Carol Paiffer, fundadora da Atom Participações.

Já Leila Pereira se destaca como CEO da Crefisa, tendo já atuado como presidente do Palmeiras e como investidora de diversas empresas — inclusive, do clube paulista. Enquanto isso, Ana Lúcia de Mattos Barretto Villela é uma das maiores acionistas individuais do Itaú Unibanco, tendo uma das maiores fortunas entre as mulheres brasileiras.

Como você acompanhou neste artigo, a presença de mulheres investidoras no mercado financeiro tem crescido ao longo do tempo. Nos próximos anos, faz sentido esperar que haja a continuidade desse movimento, de modo que haja cada vez mais presença feminina no setor.

Gostou de conferir esses dados? Para se manter sempre atualizado, continue acompanhando o blog do Kinvo!

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