Comparar condições e investimentos pode ajudá-lo a identificar oportunidades de colocar a sua estratégia de alocação ou especulação em prática. Nesse contexto, vale a pena saber o que é o spread e como ele se relaciona ao mercado financeiro.
Por meio dessa medida, você poderá comparar investimentos e entender melhor o comportamento do mercado em determinado período. Para tanto, é preciso compreender como o spread funciona e como você pode avaliá-lo.
A seguir, descubra o que é o spread no mercado financeiro e veja quais são as suas principais características!
O que é spread e como funciona?
O spread no mercado financeiro representa uma diferença entre o preço de venda e o preço de compra dos ativos. Portanto, ele aponta qual é o lucro obtido com determinada negociação de valores mobiliários — como ações, cotas de fundos ou títulos.
No caso do cálculo do spread na bolsa de valores, é preciso considerar dois conceitos relevantes: o bid e o ask. Nesse caso, o bid do mercado de ações inclui a melhor oferta de compra. Logo, esse é o maior preço que o mercado está disposto a pagar por determinada ação, por exemplo.
Já o ask é a melhor oferta de venda. Então ele representa o mínimo preço pedido para vender a ação. O spread é dado pela diferença entre o preço mais baixo de venda e a melhor oferta de compra.
Para entender melhor, considere uma ação cujo menor preço de venda é de R$ 15,00 e o preço de compra é de R$ 12,00. Nesse caso, o spread é de R$ 3,00.
Note, ainda, que o spread não é fixo, já que depende dos preços de compra e venda dos ativos. Portanto, o spread pode se tornar maior ou menor com o passar do tempo — e pode mudar constantemente, de acordo com as condições do mercado.
Quais são os tipos de spread no mercado financeiro?
Até aqui, você conheceu o conceito de spread no mercado financeiro — em específico, na bolsa de valores. Porém, esse não é o único ambiente em que o termo está presente.
A seguir, veja quais são os tipos de spread e entenda como cada um deles funciona!
Spread de renda fixa
O spread de renda fixa é utilizado para realizar a comparação entre aplicações dessa classe de investimentos. Por meio dele, é possível relativizar os retornos de títulos diferentes.
Imagine, por exemplo, dois títulos do Tesouro IPCA que têm rentabilidade atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais uma taxa fixa. O primeiro rende o IPCA + 5% ao ano e o outro rende o IPCA + 6% ao ano. Nesse caso, o spread entre eles é de 1%.
Também é possível comparar aplicações de diferentes tipos. É o caso de calcular o spread de um certificado de depósito bancário (CDB) e de uma debênture, por exemplo, sendo ambos pré-fixados.
Spread bancário
Outro tipo existente é o spread bancário. Ele serve para medir a diferença entre os juros que as instituições financeiras cobram do quanto elas pagam na captação de recursos. Logo, ele demonstra o lucro que os bancos e outras instituições obtêm nas operações realizadas.
Um spread bancário mais elevado, normalmente, significa que as operações financeiras para os clientes são mais caras. Assim, esse pode ser um indício de encarecimento do crédito para o mercado.
Para que serve esse conceito?
Agora que você sabe o que é o spread e quais são os tipos existentes, vale a pena entender para que ele serve. Na prática, trata-se de um parâmetro que pode ser usado para analisar operações, valores mobiliários e características de mercado.
Com o spread da renda fixa, como você viu, é possível comparar títulos com retornos diferentes. Assim, você tem a chance de compreender qual alternativa pode ser mais interessante para a sua carteira, se o objetivo for obter ganhos maiores.
Também é viável avaliar o spread no mercado de ações para saber, por exemplo, quando há lucro e quando há prejuízo com a venda.
Para quem opera de modo comprado — como no caso dos investidores de longo prazo —, a condição ideal é que o bid seja menor que o ask. Assim, é possível lucrar, já que a venda ocorreria por um preço maior que a compra nessa situação.
Ainda, vale saber que o spread costuma estar atrelado à volatilidade e liquidez. Em geral, ações mais líquidas têm um spread menor, devido ao maior volume de negociação no mercado.
Além disso, o cálculo dessa diferença pode ser útil para quem realiza operações de especulação. Ao fazer day trade, por exemplo, a busca por ativos ou derivativos com spread traz oportunidades para obter ganhos no curto prazo.
Por que é necessário entender sobre o tema?
Considerando os diferentes tipos e as informações que o spread apresenta, conhecer esse conceito é especialmente relevante se você investe ou especula no mercado financeiro. Afinal, ele pode servir como um dos muitos indicadores de avaliação para uma tomada de decisão sobre investimento ou operação especulativa.
No caso de realizar investimentos em longo prazo, o spread na bolsa de valores pode ajudá-lo a compreender melhor as oportunidades e avaliar se elas estão alinhadas à sua estratégia. Essa é uma forma de entender o nível de liquidez ou qual é o spread ideal para alcançar lucro, por exemplo.
Conhecer o conceito de spread bancário também permite avaliar determinadas alternativas do mercado. Ao comprar ações de instituições financeiras, por exemplo, você pode se beneficiar de um spread bancário mais alto cobrado pelo banco — já que ele pode representar a oportunidade de obter mais lucro e maior potencial de distribuição de proventos.
Como especulador, identificar o spread na bolsa pode ser útil para identificar oportunidades de lucro — embora seja preciso também a análise técnica para confirmar oportunidades. Já o spread da renda fixa, como você já sabe, pode favorecer o processo de comparação de títulos — facilitando sua tomada de decisão.
Neste artigo, você descobriu o que é o spread e como ele se relaciona com o mercado financeiro. Conhecendo esse conceito e os tipos diferentes que existem, é possível usar essa ferramenta a favor dos seus investimentos e operações no mercado.
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